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    quinta-feira, 20 de agosto de 2020

    Recorde em transmissão de dados: 178 terabits por segundo

    Foi alcançado um novo recorde de velocidade de transmissão de dados via Internet. Assim, foram transferidos 178 terabits, por segundo, numa experiência levada a cabo pela University College London (UCL). Para perceber de forma mais clara, a esta velocidade seria possível descarregar toda a biblioteca disponível na Netflix em menos de um segundo.
    O novo recorde é cinco vezes mais rápido do que o anterior, alcançado por uma equipa no Japão.


    Recorde de transmissão de dados

    Em conjunto com a Xtera e a KDDi Research, uma equipa do Department of Eletronic & Electrical Engineering, da University College London (UCL), bateu um recorde estabelecido no Japão. A equipa, liderada pela Dra. Lidia Galdino, conseguiu uma velocidade de transmissão de dados de 178 terabits, por segundo. Ou seja, o equivalente a 170 milhões megabits, por segundo.
    Em qualquer sistema atualmente instalado no mundo a capacidade é de metade da atingida pela equipa da UCL. Conforme explicado pela equipa, o recorde foi alcançado pela transmissão de dados através de comprimentos de onda, contrariamente ao que é tipicamente utilizado em fibra ótica.
    Isto é, atualmente, as infraestruturas utilizam uma largura de banda limitada de 4,5 THz, com sistemas de largura de banda comerciais de 9 THz. No entanto, os investigadores utilizaram uma banda de 16,8 THz.
    Para alcançar o recorde, os investigadores combinaram diferentes tecnologias de amplificação. Isto, para aumentar a potência do sinal numa largura de banda mais ampla e a uma velocidade maximizada. Ademais, desenvolveram novas Geometric Shaping (GS). Isto é, modelos de combinações de sinais que utilizam melhor o brilho e as propriedades de polarização da luz. Desta forma, conseguiram manipular as propriedades de cada comprimento de onda.

    Um processo que deu resultados inéditos e aplicáveis

    A vantagem da técnica utilizada na investigação é poder ser implantada em infraestruturas que já existem. Aliás, podem ser empregadas de forma rentável, atualizando os amplificadores localizados em itinerários de fibra ótica em intervalos de 40-100 quilómetros.
    Pese o facto de os dados que compõem a primeira imagem de um buraco negro eram absurdamente pesados e, por isso, tiveram de ser armazenados em meia tonelada de discos rígidos e transportados de avião. Assim sendo, o recorde levanta a possibilidade de se demorar menos de uma hora a descarregar os mesmo dados dessa imagem.
    O tráfego da Internet aumentou exponencialmente nos últimos 10 anos… O desenvolvimento de novas tecnologias é crucial para manter esta tendência, no sentido de estabelecer custos mais baixos, ao mesmo tempo que satisfaz as futuras exigências…

    Disse Galdino, principal autora e Royal Academy of Engineering Research Fellow.

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