Concebido por Jay Miner, o Commodore Amiga foi um computador pessoal verdadeiramente revolucionários para o seu tempo. Através de características únicas e inovadoras, abriu as portas a toda uma geração de entusiastas que se atreveram a sonhar com o futuro da tecnologia. Dotado de capacidades computacionais, gráficas e sonoras excepcionais, foi apresentado com pompa e circunstância. Corria então o ano de 1985, e todos os que presenciaram o seu lançamento ficaram deslumbrados.
O Amiga foi o primeiro computador pessoal do mundo a integrar o conceito pleno de multimédia. Podia correr os programas de produtividade dessa altura - editores de texto, folhas de calculo, etc - mas era também dotado de características gráficas fantásticas - imagens de 4096 cores e processamento de vídeo - bem como capacidade para reproduzir som stereo.
Através de uma arquitectura revolucionária para a época, o computador, para além do CPU principal, possuía diversos co-processadores dedicados às principais tarefas que ocorrem num sistema computacional. Desta forma, a unidade central era preservada para efectuar o que era estritamente necessário, como por exemplo as tarefas de controle e cálculo. Um aspecto curioso foi o facto de todos os co-processadores do Amiga possuírem nomes, quase que criando um laço emocional entre o homem e a máquina. Estes eram o AGNUS (Address Generator) tratava de todas as questões de endereçamento de memória, DENISE (Display Adapter) lidava com todas as funções relacionadas com a apresentação gráfica, e PAULA (Ports and Audio) funções relacionado com I/O e som. Posteriormente, novas versões do chipset foram sendo lançadas, mantendo-se esta lógica.
Outro dos pontos fortes deste computador era o seu sistema operativo completamente revolucionário. O facto de ser dos primeiros a dar a um computador pessoal a capacidade de multi-tarefa (pre-emptive multi-tasking) permitiu que todo um conjunto de software avançado fosse desenvolvido e lançado ao longo dos anos, garantindo inclusive a sobrevivência da companhia em momentos mais difíceis. Na verdade, tinha-se um computador com um desempenho idêntico a uma estação gráfica Unix/X11, por uma fracção do preço.
O lançamento deste computador foi impressionante. Contando com a presença do conceituado artista pop Andy Warhol e Debbie Harry, a demonstração em tempo real das capacidades desta máquina deixaram toda uma plateia rendida e pronta a sonhar com um futuro inimaginável até à data. Tendo em conta que o momento foi há 22 anos, atrevo-me a dizer que foi mais impressionante do que as mega produções de Steve Jobs nos lançamentos mediáticos da Apple na actualidade.
Julguem por vós próprios. Outubro de 1985, Chicago.
Para os mais velhos, algumas imagens nostálgicas.
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