Os países europeus estão a impor novas medidas restritivas para controlar a segunda vaga da pandemia. O principal objetivo é evitar um novo confinamento generalizado
O primeiro-ministro António Costa não é o único líder europeu que descarta a possibilidade de um novo confinamento generalizado. Os custos socioeconómicos seriam demasiado elevados. Por isso, é preciso encontrar outras estratégias para conter a transmissão do SARS-CoV-2.
Alguns países tornaram as máscaras obrigatórias mesmo em espaços exteriores, outros optaram por limitar a circulação dos residentes das zonas mais afetadas e há até governos que proíbem o convívio fora do núcleo familiar.
Eis alguns exemplos das medidas adotadas pelos países europeus para contrariarem a Covid-19.
ESPANHA
Esta semana, o governo de Pedro Sánchez anunciou uma verdadeira revolução legislativa no que diz respeito ao teletrabalho, que será uma das principais apostas para tentar conter a transmissão do vírus no país. Já na Área Metropolitana de Madrid, com uma média de 600 casos por mil habitantes, limitou-se a mobilidade dos residentes nas zonas com maior número de contágios. A população afetada apenas pode sair da sua área de residência para ir trabalhar, levar os filhos à escola ou consultar um médico. Ao mesmo tempo, o número de pessoas que se podem reunir diminuiu de dez para seis. E também os estabelecimentos comerciais viram a sua lotação reduzida a metade e o horário limitado até às dez da noite. Já os parques e jardins foram encerrados.
FRANÇA
A estratégia também passa por medidas aplicadas a nível regional, evitando o confinamento generalizado. Na região de Bouche-du-Rhône, à qual pertence Marselha, onde as unidades de cuidados intensivos estão sob grande pressão, passou a ser obrigatório usar sempre máscara, exceto em grandes parques ao ar livre. O horário de fecho dos estabelecimentos comerciais foi limitado em muitos locais, mas varia bastante de acordo com as regiões. Também a máscara se tornou obrigatória em Paris, e noutras cidades, mas não em todo o território francês.
REINO UNIDO
Para tentar contrariar o aumento de casos, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou que os bares, restaurantes e outros estabelecimentos de convívio terão de encerrar às dez da noite. Os trabalhadores de escritório devem trabalhar a partir de casa, sempre que possível. O regresso aos recintos desportivos, como os estádios, voltou a ser adiado e os casamentos não podem ter mais de quinze convidados. Também as multas para quem não utilizar máscara duplicaram, passando a custar €218. Estas medidas devem manter-se nos próximos seis meses.
BÉLGICA
A máscara é obrigatória em todos os locais onde o distanciamento físico não esteja garantido, incluindo ao ar livre. Também os estabelecimentos comerciais têm de encerrar às dez da noite. Uma das medidas mais restritivas limita o convívio dos cidadãos a cinco pessoas fora do seu núcleo familiar, por semana. No entanto, estas medidas podem ser agravadas a nível regional, sempre que o aumento do número de infeções o justificar.
HOLANDA
Os bares e cafés têm de encerrar à uma da manhã, numa tentativa de controlar o aumento do contágio entre os mais jovens. Qualquer aglomerado de mais de cinquenta pessoas exige uma autorização especial. Estas restrições aplicam-se às áreas mais densamente povoadas do país, incluindo a capital, Amesterdão.
ITÁLIA
Evitar o caos que se viveu durante a primeira vaga é o grande objetivo do governo italiano. A máscara tornou-se obrigatória também ao ar livre, mas só entre as seis da manhã e as seis da tarde, e próximo de locais abertos ao público ou onde seja previsível encontrar grupos de pessoas.
DINAMARCA
Apesar de ter limitado os ajuntamentos a 50 pessoas, em vez das anteriores cem, a Dinamarca permite público em eventos que impliquem estar sentado, como os jogos de futebol, desde que esteja garantido o distanciamento físico. O encerramento dos estabelecimentos às dez da noite foi alargado a outras regiões, além da capital, Copenhaga.
IRLANDA
Uma das novas medidas mais surpreendentes foi os cafés e os restaurantes serem proibidos de servirem refeições no seu interior. Já os típicos pubs irlandeses mantém-se fechados.
Sem comentários:
Enviar um comentário