O uso de redes sociais é um fenômeno mundial e em rápido crescimento, principalmente devido ao aumento do acesso à internet e à popularização dos “smartphones”. Estima-se que cerca de dois bilhões de pessoas no mundo utilizem as redes sociais.
A utilização desses recursos tecnológicos, sem dúvida, facilita o dia a dia das pessoas na medida em que permite uma comunicação interpessoal mais rápida e aumenta o acesso às informações. Por outro lado, a constatação de que o uso de redes sociais por pessoas tem se tornado excessivo, não seguindo um padrão de necessidade e mesmo apresentando características de dependência (dependência), vem gerando preocupações sobre os possíveis impactos que esse comportamento pode ter no físico. e bem-estar mental dos indivíduos.
Um estudo recente, publicado na revista Depression and Anxiety , buscou avaliar se existe alguma associação entre intensidade de uso de redes sociais e depressão. A depressão é uma doença de alta prevalência que atinge todas as idades, sendo uma das maiores causas de incapacidade nos países desenvolvidos. Vários fatores contribuem para o desencadeamento da depressão e há um interesse crescente em até que ponto o uso excessivo das redes sociais pode influenciar o bem-estar psicológico.
O estudo envolveu 1.787 adultos com idade entre 19 e 32 anos. O tempo total gasto nas redes sociais foi calculado e a depressão foi avaliada através de um sistema de informação com uma escala de depressão. Os dados coletados foram submetidos a tratamento estatístico, o que indicou uma associação robusta entre a intensidade do uso de redes sociais com a depressão.
Esse tipo de estudo, entretanto, não permite o estabelecimento de uma relação de causa e efeito. Esses resultados podem indicar que o uso excessivo de redes sociais pode contribuir para a depressão, pois também podem sugerir a forte possibilidade de que pessoas que já apresentam sintomas de depressão tenham maior probabilidade de usar mais as redes sociais.
Mesmo se fosse esse o caso, no entanto, ficar mais tempo nas redes sociais não ajudaria a diminuir os sintomas de depressão. Além disso, o fato de os resultados apresentarem uma curva dose-resposta (quanto maior o uso das redes sociais, proporcionalmente maior o grau de depressão) fala a favor da primeira possibilidade, sem, no entanto, torná-la conclusiva.
Respostas mais definitivas a essa questão só serão possíveis com a análise de um conjunto maior de estudos, o que certamente acontecerá em um futuro próximo.
Até então, o uso parcimonioso das redes sociais parece ser a atitude mais prudente.
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