Os seios humanos são os maiores entre todos os primatas, e também são os únicos que permanecem “inchados” permanentemente, mesmo fora de períodos de amamentação. Isso acontece principalmente por conta da quantidade de gordura presente nos seios femininos entre os seres humanos – que não está presente em outras espécies. Originalmente necessários apenas para a amamentação, por algum motivo os homens heterossexuais desenvolveram historicamente uma obsessão por esta parte do corpo feminino, tornando-se uma das únicas espécies entre todos os mamíferos que utiliza os seios para fins sexuais. Por que será que isso acontece?
A ciência ainda não consegue explicar em detalhes e com exatidão o motivo da paixão dos homens heterossexuais pelos seios, mas algumas teorias já existem no sentido de tentar desvendar este mistério.
Para muitas espécies, é claro, a atração pelas mamas (ou mamilos) da(o) parceira(o) é quase impossível, por conta da natureza do ato reprodutivo. Vale ressaltar que muitas espécies não se reproduzem face a face, como os cães, por exemplo. Isso, obviamente, acaba impedindo que seja oferecida qualquer atenção a esta parte do corpo durante o ato sexual. No entanto, algumas espécies de primatas, como os bonobos, já foram observadas estimulando os próprios mamilos durante a masturbação – o que pode indicar algum tipo de relação com o comportamento humano, visto que estes primatas são os mais próximos a nós.
Uma teoria relativamente aceita pela comunidade aceita é a de que os seios evoluíram desta forma entre as mulheres como uma “ferramenta” para demonstrar aos homens que se tratam de fêmeas férteis, reprodutivas e saudáveis – o que pode serviria como uma estratégia de propagação da espécie humana. Apesar de atualmente o sexo ter como finalidade principal o entretenimento e o prazer, estas características poderiam ainda estar presente instintivamente nos homens, gerando a atração aos seios.
Questão cultural
Um fator que parece ter grande importância dentro deste assunto é a cultura. Apesar de estar acostumados a enxergar os seios com um olhar sexual, isso não acontece em todas as culturas humanas. A adoração pelas mamas femininas se espalha por grande parte do globo, mas em Mali, na África, por exemplo, isso não acontece.
Em uma passagem do livro “Breastfeeding: Biocultural Perspectives”, de Aldine Gruyter, a antropóloga Katherine Dettwyler ter sido encarada com perplexidade quando contou para as pessoas em Mali que em sua cultura era comum utilizar os seios durante atos sexuais. “Eles acharam isso anormal, um comportamento pervertido, e não entenderam como os homens poderiam se interessar por esta parte do corpo, ou como as mulheres conseguiam achar prazerosas essas atividades”, escreveu Dettwyler, de acordo com o LiveScience.
Outro estudos também indicam que a preferência por seios mais largos pode ter algo a ver com a necessidade específica de subsistência de cada cultura. Em Papua Nova Guiné, por exemplo, país da Oceania que vive em condições um pouco menos abastadas que os da Nova Zelândia, os homens demonstram maior preferência por seios grandes. Para os pesquisadores, isso acontece pois mulheres com seios maiores transmitem a ideia de terem maiores condições de nutrir adequadamente uma criança.
Outras teorias
Larry Young, professor de psiquiatria na Emory University, nos EUA, acredita que a obsessão masculina por seios e mamilos provavelmente é um resquício de uma das primeiras boas sensações que temos durante a nossa infância. De acordo com o especialista, o nosso corpo evoluiu ao longo do tempo de forma a criar uma ligação forte entre mães e bebês durante a amamentação. De fato, o cérebro das mães que estão amamentando são irrigados com oxitocina – que também é conhecido como o “hormônio do amor”. Este hormônio é liberado, de acordo com a ciência, para incentivar a fêmea a manter sua atenção no filho, bem como criar uma relação de afeto maternal. Ao mesmo tempo em que a amamentação gera uma experiência positiva para os filhotes (que estão se alimentando), faz o mesmo para as mães.
A questão, no entanto, é que evolutivamente os seres humanos acabaram “desvirtuando” esta relação. Este circuito nervoso de estimulação do mamilo e liberação de oxitocina, em seres humanos, não é exclusivo para a relação entre mãe e filhos. Durante o sexo, também, muitas mulheres consideram prazerosa a estimulação dos mamilos, o que indica também a liberação da oxitocina durante este ato, criando um laço que aumenta o desejo com seja lá quem esteja lhe estimulando. Isso, de acordo com Young, ajuda a explicar o desejo por este tipo de atividade sexual. Para ele, uma pessoa provavelmente se torna mais atraente e desejável para uma mulher durante a estimulação desta parte do corpo, obviamente respeitando-se a individualidade e particularidade de cada um, já que por muitos motivos esta prática não é unanimemente apreciada.
“A atração por seios é um efeito de organização do cérebro que ocorre em homens heterossexuais a partir da puberdade. A evolução selecionou esta característica cerebral, que faz com que os homens sejam atraídos sexualmente pelas mamas, porque o resultado é a ativação de um circuito de ligação feminina, fazendo com que as mulheres se sintam mais ligadas a eles. É um comportamento que os machos desenvolveram para estimular os circuitos de afeto materno das mulheres”, explicou Young. Para o pesquisador, esta característica é extremamente comum principalmente em seres humanos por conta da forma como praticamos o ato sexual – face a face, permitindo a estimulação de seios e mamilos.
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