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    segunda-feira, 7 de setembro de 2020

    Prostituição: 8 coisas que aprendi como garota de programa



    AVISO: Esse artigo tem conteúdo adulto e é recomendado para pessoas com mais 18 anos. O texto e os links dessa página não são adequados para visualização no trabalho.
    A prostituição é um tema tabu que muitos ainda preferem ignorar ao invés de debater. Ligada a drogas, perversão e mercado negro, a profissão é cercada de estereótipos, que obviamente nem sempre são verdade.
    Eu sei que você sabe que existem muitas posições a respeito desse assunto. Estamos entre adultos, não precisa ter vergonha. Mas, ao contrário do que você pode estar pensando, não existe só o lado ruim da prostituição. Por exemplo, um estudo descobriu que ela pode ter um efeito positivo em reduzir a violência contra a mulher. Em 2013, quando um juiz descriminalizou a prostituição em Rhode Island, EUA, os crimes de estupro e a incidência de gonorreia reduziram para a população em geral, em 31% e 39% respectivamente.
    O mundo da prostituição é muito vasto e certamente há casos tristes de mulheres (e meninas) forçadas a essa situação. Ao mesmo tempo, existem outras facetas da profissão — dita a mais antiga do mundo — e detalhes que nem imaginamos (ou não paramos para pensar).
    Essa lista eu fiz pra você que sempre flertou com esse assunto, e já está subindo pelas paredes de tanta vontade por mais informações. Nela, coloco com toda a gentiliza do mundo oito coisas que aprendi trabalhando como garota de programa. Mas não daquelas que programa computadores, ainda que uma coisa ou outra a gente possa realmente aprender na frente do computador.

    8. A prostituição é um negócio como qualquer outro

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    Há um mito em torno da prostituição que todas as garotas de programa odeiam a profissão, estão esperando uma salvação, são viciadas em drogas ou obrigadas a se venderem… blá, blá, blá. Isso é o que os filmes dizem.
    Não dá para negar que existe o tráfico do sexo ou que muitas entram nessa profissão por causa de necessidade. Eu mesma comecei a fazer programa porque precisava de dinheiro. Mas, ao mesmo tempo, eu sempre adorei fazer sexo (essa parte todo mundo entende) e já vivia inserida no swing com meus parceiros antes. Então, não me senti forçada a me prostituir. Eu escolhi fazer isso e pagar para ver; Só que agora ao invés de pagar, eu sou paga. A prostituição é um empreendimento como tantos outros.
    Eu sou super saudável, cuido do meu corpo, alimentação, faço academia, parei de fumar. Da mesma maneira que outros se qualificam para seus empregos e cuidam dos seus negócios, eu cuido do meu. Sabe aquela história de que “seu corpo é sua casa”? O meu é meu local de trabalho também.
    Outra coisa que dizem por aí, e que é mais errado do que fazer sexo sem camisinha, é que a prostituição é associada com dinheiro fácil. Certo, não é preciso de muita qualificação para fazer um bom dinheiro. Mas quando vem fácil, vai fácil. As mais novas na profissão geralmente queimam todo o dinheiro rapidinho. Mas foi realizando esse trabalho que aprendi a economizar pela primeira vez na vida. Estou planejando investir. Vivo com pouco para guardar boa parte do que ganho. E eu não mudaria de profissão para ganhar a mesma grana. Adoro o que faço. E eu sei que tem um monte de gente também adora. Afinal, tenho meus clientes.
    Porém, não vá com muita sede ao pote. Quem planeja se prostituir para ficar rica está enganada. Do mesmo jeito que nem todos os traficantes nadam em dinheiro mas sim os chefes, garota de programa só enriqueceria se escalasse o negócio e virarasse cafetina.
    No geral, como ocorre com outros empregos, vive bem quem souber administrar sua vida financeira.

    7. A maioria dos que procuram esse serviço são casados

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    Não dá para generalizar o tipo de pessoa que busca um ombro amigo (e todas as outras partes do corpo) em prostitutas, mas a maioria dos que eu atendo são casados. Há um ou outro que prefere pagar por sexo “para que as mulheres não o adicionem no Facebook depois”. Esses são caras decentes — já que não querem vínculo ou gastar tempo e dinheiro (muito mais do que gastam comigo) seduzindo alguém, optam por um programa.
    Mas muitos outros não consideram traição o fato de transar com prostitutas. Já me ofereceram até R$ 2 mil para fazer sexo sem camisinha. Será que não pensam em como isso poderia afetar suas esposas, com quem eles farão sexo em seguida? É uma roleta-russa e o pênis é a arma. Eu não aceito nunca, me erra bala perdida.
    Não posso chegar à outra conclusão a não ser que todos os homens traem, e, se não traem, um dia o farão.
    Apesar disso, também foi como garota de programa que aprendi que existem 50 tons de homens. E um deles são bons pais. Minha experiência com pais nunca foi boa: o meu pai não foi presente nem o de meus filhos participa da vida deles. Entretanto, tenho clientes que falam muito de seus filhos. Foi assim que percebi que nem todos os homens são trastes. Tive que entrar na prostituição para descobrir — o que soa extremamente paradoxal — que há homens decentes, que são bons pais e homens de família. Mesmo estes saem comigo.

    6. A prostituição é um serviço público

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    Muitos homens seriam obrigados a ter inúmeras famílias, namoradas ou se separariam repetidamente caso a prostituição não existisse. Para muitos deles é impossível ter uma só parceira sexual. Em outras palavras, é muito chato transar com a mesma pessoa sempre. Ao mesmo tempo, é muito mais caro ter uma amante. Sem contar que ter uma amante não é só traição carnal, mas emocional também. A prostituição, por outro lado, é uma transação comercial com uma finalidade específica e rapidinha (dependendo do cliente:).
    Mesmo sem levar em conta os casados que procuram esse serviço, a prostituição pode beneficiar outras pessoas.
    Por exemplo, um cliente uma vez me agradeceu por ter salvado sua vida. Ele queria muito fazer inversão, mas a esposa dele o fez se sentir uma aberração por conta de seus desejos. Ao ler meu blog, ele percebeu que outras pessoas não só fazem como gostam. Ele experimentou comigo e se sentiu muito melhor.
    Também já iniciei virgens de longa data, homens adultos que me procuraram. Muito inseguros. Homens “rápidos no gatilho” também me procuram. Um deles deu apenas três estocadas e pronto. Antes que eu pudesse articular qualquer palavra ele já estava vestido. Um serviço como o meu os ajuda bastante nessa hora. Como eles costumam repetir a dose, alguma coisa estou fazendo direito. Obrigada e volte sempre.

    5. Nem toda prostituta finge orgasmo

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    Sexo é bom, e orgasmo faz parte. Eu nunca finjo um. Não gosto de fazer isso, acho que o homem notaria. Quando gozo, é para valer.
    Aliás, tenho 3 tipos diferentes de orgasmo: vaginal, clitoriano e anal. Sou uma mulher sexualmente muito mais realizada do que era antes de entrar na prostituição. Gozo todos os dias. É como se eu recebesse um bônus de final de ano todos os dias. Mas sei que, nesse aspecto, sou exceção.

    4. Tamanho não importa (mas importa, sim)

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    Não vou mentir para você. O tamanho do pênis é 50%. Não dá para dizer que é tudo, do mesmo jeito que não dá para dizer que não importa nada. Os que têm o pênis menor se esforçam mais para compensar. Essa é uma das regras que a vida me ensinou. Mas toda regra tem exceção.
    Aliás, foi como prostituta que descobri que existem muitos homens de pênis pequeno no mundo. Ou pode ser que esses procurem mais garotas de programa — talvez sejam frustrados em sua vida sexual ou inibidos. Mas não importa o tamanho da varinha, e sim a mágica que ela faz. Fazer ver estrelas é o meu feitiço preferido.

    3. Todo mundo tem uma fantasia

    França aprova multas pesadas para clientes de prostitutas - 07/04/2016 -  UOL Notícias
    Nem todo mundo que procura prostitutas quer fazer algo que estoure a escala de depravação, mas todos têm uma sacanagem em mente. Eles buscam o serviço para satisfazer esse desejo, dos mais simples e cotidianos às fantasias mais elaboradas. Durante o exercício de minha profissão, já realizei fisting, inversão, chuva dourada, já fiz sexo em lugar público (no shopping, na universidade, em escadaria de prédio), já me pagaram para ser encoxada no ônibus… Até tive um encontro com um podólatra que me deu sandálias de presente. Amei, por sinal. Poderia receber presentes assim sempre.
    Sempre que posso, atendo as fantasias dos clientes. Raramente nego cumprir com algum pedido. Segurança vem primeiro. Por exemplo, um cara queria que eu transasse com seu cão. Zoofilia não dá, né? Ou melhor, não dei.

    2. É uma profissão segura se você for inteligente

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    Muitos associam a profissão com perigo. Claro que, por envolver anonimato e o contato com muitos desconhecidos, tem seus riscos. Mas, mesmo sendo uma profissão marginalizada, é possível se proteger bem.
    Por exemplo, eu atendo quase sempre em motel. Além disso, filtro os malucos cobrando bem: eles têm que pagar minha taxa, além do hotel. Profissionais que oferecem local próprio correm muito risco – não tem para onde correr e se ficar o bicho come.
    Por fim, quando vou na casa de um cliente, sempre repasso as informações para alguém. Telefone, endereço etc. Assim, se alguém decidir me jogar na parede e me chamar de lagartixa, nunca estou desamparada.

    1. O peso da identidade secreta

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    A pior coisa da profissão é ser obrigada a fazer tudo às escondidas, viver uma vida dupla por causa da proibição, do estigma e do preconceito.
    Eu realmente gosto do que faço. Tenho tesão em transar com estranhos, curto a adrenalina de sair de um quarto e ir para o outro e degustar o que me espera. Quero fazer sexo todos os dias. Eu gostaria de poder falar para todo o mundo o que eu faço, mas, na sociedade em que vivemos hoje, isso não é possível. Tenho filhos que não sabem o que faço. Minha mãe também não sabe.
    A única pessoa da minha família que descobriu minha identidade, até hoje, não se mostrou receptiva. Não contou para ninguém e nem me julgou, mas me pediu para parar. Respondi o seguinte: “Então me passa seu CEP”. Ela me perguntou por quê. Eu disse: “Eu mando as minhas contas direto para você, daí eu paro. Quer dizer, paro de cobrar, mas não de fazer sexo”.
    Enfim, é difícil que a família e os amigos apoiem ou mesmo entendam essa escolha, então, a maioria das garotas de programa precisa ser como um agente secreto – o que pode dificultar bastante a vida.
    Espero ter dado uma boa mão para abrir sua cabeça a respeito desse assunto. Agora, vamos aos negócios: já que eu dei as informações, você poderia muito bem fazer o favor de distribuir, né?
    Assim fica bom para todo mundo.

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