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    segunda-feira, 7 de setembro de 2020

    Orientação sexual da mulher é influenciada pelas opções



    Estudo confirma relação entre DNA e atração sexual | Exame

    Uma nova pesquisa sugere que a orientação sexual das mulheres pode ser parcialmente influenciada por seus pares.

    Como assim?

    As mulheres que participaram do estudo e foram avaliadas como mais atraentes – e assim, presumivelmente, poderiam atrair companheiros mais atraentes – foram mais propensas a se identificarem como completamente heterossexuais do que as mulheres que eram menos atraentes.
    Além disso, o estudo também confirmou que as mulheres tendem a ser mais flexíveis do que os homens quanto a sua orientação sexual, já que as participantes do estudo se mostraram quase três vezes mais propensas do que os homens a experimentar uma mudança em sua orientação durante o período analisado.
    Isso não quer dizer que as lésbicas ou mulheres bissexuais estejam optando por outras mulheres simplesmente porque os “homens bons” já estão ocupados, disse a autora do estudo, Elizabeth Aura McClintock, socióloga da Universidade de Notre Dame em North Bend, Estados Unidos. A análise de que as mulheres se tornam lésbicas porque não são atraentes o suficiente para conquistar homens também é errada, garante a socióloga.
    Ao invés disso, o estudo sugere que as mulheres que são classificadas como “menos atraentes” podem sentir menos pressão social para serem heterossexuais e por isso ficam mais livres para explorar a atração que sentem pelo mesmo sexo.

    Em outras palavras

    Se a orientação sexual fosse 8 ou 80, sendo que em uma ponta estivesse a heterossexualidade e na outra ponta a homossexualidade, teríamos mais mulheres do que homens no meio do caminho.

    Qual é a explicação para isso?

    Psicólogos evolucionistas propuseram que as mulheres podem ser mais “heteroflexíveis” porque isso faria sentido do ponto de vista evolutivo. Por exemplo, mulheres que foram violentadas ou cujos parceiros fugiram ou morreram teriam mais sucesso se elas ficassem com outra mulher para educar os seus filhos, ao invés de ir chover na horta do vizinho.

    Os fatores que afetam a orientação sexual

    Para entender os fatores que afetam a orientação sexual, McClintock analisou os dados de um grande estudo que acompanhou cerca de 14.000 adolescentes em 1994. Em uma segunda análise dos dados, a socióloga verificou dados desde o primeiro momento em que os participantes foram entrevistados, em 1994-1995, quando eles tinham 16 anos de idade.
    Ela, então, comparou esses dados com pesquisas feitas em 2001-2002, e novamente em 2007-2008, quando os mesmos participantes tinham 28 anos de idade.
    Não é novidade que menos mulheres do que homens relataram ser 100% heterossexuais ou 100% gays. As mulheres eram também três vezes mais propensas a mudar sua orientação sexual entre o levantamento 2001-2002 e o levantamento 2007-2008.
    Curiosamente, as mulheres que tiveram filhos mais jovens – por exemplo, antes de completarem 22 anos – eram menos propensas a relatar estar 100% no time hétero do que as mulheres que tiveram filhos mais tarde.
    Em contraste, as mulheres que eram altamente educadas, bem como classificadas como mais atraentes, eram mais propensas a avaliar a si mesmas como 100% heterossexuais, disse McClintock.

    Para os homens, o inverso era verdade.
    Homens que tiveram uma boa educação eram menos propensos a se identificar como completamente héteros, e os jovens pais eram mais propensos a dizer que eram 100% héteros. De acordo com a socióloga, a atratividade do sexo masculino não se correlacionou com a identificação sexual.

    Oportunidade romântica

    Para McClintock, embora o desejo sexual ou atração possa ser em grande parte inata, a orientação sexual é, pelo menos em parte, socialmente construída, em um processo semelhante ao conceito de raça.
    Se for este o caso, então o ambiente de uma mulher poderia influenciar se ela sente ou não atração por outras mulheres. Isso não significa que as mulheres decidem ser gays ou bissexuais por conta disso, no entanto.
    A socióloga explica o raciocínio da conclusão de seu estudo assim: as mulheres que estão inicialmente bem sucedidas em parceria com os homens, como é mais tradicionalmente esperado, podem nunca explorar a sua atração por outras mulheres. No entanto, as mulheres com as mesmas atrações sexuais, mas com opções heterossexuais menos favoráveis, podem ter maior oportunidade de experimentar relações com pessoas do mesmo sexo.

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