terça-feira, 15 de setembro de 2020

Estágios do sexo: o ciclo de resposta sexual feminina

Esta es la principal fantasía sexual de las mujeres, según estudio

Você já viu como homem é apressado? Ele acha que é só falar qualquer coisinha que já vai aumentar a libido da mulher! Pior: esse tipo de pensamento também passa durante o sexo — o que acaba afetando o prazer feminino. Isso acontece pela ignorância, ou seja, o desconhecimento sobre como funciona o ciclo de resposta sexual feminina. Entre o desejo e orgasmos, há fases bem definidas que precisam ser desenvolvidas: os estágios do sexo. 
Mas não se preocupe: eu vou te ajudar a conhecer mais sobre esse assunto. Neste post, vamos entender:
  • o que é ciclo de resposta sexual feminina;
  • quais são os estágios do sexo;
  • como é Modelo Circular da Resposta Sexual Feminina;
  • quais são as disfunções femininas que podem ocorrer durante cada um dos estágios do sexo.

Vamos lá?

O que é o ciclo de resposta sexual feminina?

Também chamado de estágios do sexo, o ciclo é a sequência de mudanças somáticas e psicológicas que ocorre no organismo feminino desde o desejo até o orgasmo, que pode ocorrer na relação sexual ou em outras atividades estimulantes, como a masturbação. 
O prazer e a satisfação sexual só ocorrem quando passam por essas fases, que são desencadeadas perante uma determinada estimulação que, antes de tudo, precisa ser desejada.
Embora homens e mulheres passem pelos mesmos estágios do sexo, há diferenças específicas em cada uma delas, principalmente com relação à duração em cada fase e intensidade no encontro sexual. Por exemplo: é muito difícil — aliás, improvável — que os dois parceiros cheguem ao orgasmo ao mesmo tempo. Além disso, muitas mulheres não passarão pelas fases sexuais na mesma ordem — o que não significa que elas não desenvolverão todas elas.
Também pode acontecer de algumas fases não serem desenvolvidas durante algumas relações. A sexualidade é complexa; conhecê-la fará com que você a viva de maneira mais saudável e até mesmo divertida.

Estágios do sexo: quais as fases do ciclo de resposta sexual feminina?




Lembre-se de que este não é o único modelo de ciclo de resposta sexual feminina, mas é o mais conhecido. Conheça os estágios do sexo:

Desejo

É a fase em que a mente e o corpo da mulher estão predispostos à excitação. Segundo Leveni (1988), o desejo é “uma energia psicobiológica que antecede e acompanha a resposta da excitação sexual e tende a produzir comportamentos sexuais”. 
O desejo é despertado por estímulos sensoriais: quando o boy chega mais perto, o toque dele, o cheiro do perfume, a voz dele no seu ouvido, uma mensagem bem safadinha. Também pode acontecer pela memória de alguma vivência sexual ou ao imaginar uma fantasia erótica.
Ele é constituído por 3 componentes:
  • impulso sexual:  ao contrário do que se possa imaginar, é o androgênio (testosterona), e não o estrogênio, que fornece a base hormonal para essa etapa. O impulso é a resposta desse hormônio ao desejo, resultado na excitação fisiológica e na tensão psicossomática;
  • motivação: refere-se ao lado psicológico e a relação entre a mulher e o alvo de seu desejo;
  • vontade: refere-se ao contexto, portanto é a forma como a pessoa exterioriza esse desejo.
Já no seu corpo, essa fase do ciclo tem algumas características:
  • aumento do fluxo sanguíneo para a região vaginal, resultando no inchaço do clitóris, das paredes vaginais e dos pequenos lábios;
  • seios mais cheios e mamilos endurecidos ou eretos;
  • respiração e frequência cardíaca aceleradas;
  • aumento da tensão muscular;
  • lubrificação vaginal;
  • pele mais corada.

Excitação

A gente costuma pensar que desejo e excitação são a mesma coisa, mas no ciclo de resposta sexual feminina, são um pouco diferentes. Enquanto o desejo se refere à resposta a um estímulo, a excitação é o agravante dele — quando o parceiro continua provocando e estimulando a mulher, por exemplo.
Então, além de todas as respostas corporais acima ficarem ainda mais fortes, o corpo continua a se manifestar:
  • o clitóris fica altamente sensível e até doloroso ao toque, além de retrair-se para evitar estímulos diretos do pênis;
  • o aumento do fluxo sanguíneo faz o inchaço vaginal aumentar, e as paredes vaginais ficam roxas;
  • a respiração, a frequência cardíaca e a pressão sanguínea continuam a aumentar;
  • espasmos musculares podem começar nos pés, rosto e mãos.
  • a tensão muscular aumenta.
Ah, o orgasmo! Chegamos ao ponto alto da resposta sexual feminina. É a mais intensa e curta das duas fases: dura apenas alguns (ótimos) segundos, resultada de uma experiência sexual, que pode ser acompanhada ou sozinha. 
Do ponto de vista fisiológico, clímax e orgasmo são ações diferentes. O clímax é apenas uma parte, aquela sensação de descarga de prazer localizada apenas na zona pélvica; enquanto o orgasmo refere-se às diversas sensações psico e fisiológicas de prazer em todo o corpo.
Algumas mulheres são privilegiadas e também podem ser multiorgásticas, ou seja, podem sentir um orgasmo atrás do outro sem perder seu nível de excitação sexual. Demais, não é verdade?
Vamos conhecer mais sobre estas sensações no organismo:
  • a pressão sanguínea, os batimentos cardíacos e a respiração ficam mais rápidos e intensos, com uma rápida ingestão de oxigênio;
  • liberação repentina e vigorosa de tensão sexual;
  • o útero também passa por contrações rítmicas;
  • contrações musculares involuntárias;
  • contração dos músculos da vagina;
  • espasmos nos músculos nos pés.

Resolução

Da mesma forma que ocorre com desejo e excitação, o orgasmo costuma ser visto como a “resolução” do ciclo de resposta sexual feminina, mas não é assim que funciona. Na fase de resolução, o corpo regride ao estágio de repouso pré-estímulo. O inchaço vaginal, por exemplo, começa a desaparecer logo após o orgasmo, mas demora algum tempo até que a região volte ao estágio normal.  Essa fase é marcada por uma sensação geral de bem-estar e, muitas vezes, fadiga. A
Diferentemente do homem, o potencial orgásmico da mulher não está limitado por um período refratário (momento de recuperação pós-orgasmo). Isso significa que se ela receber mais estímulos sexuais, entrará em condições físicas e psicológicas de ter um novo orgasmo.
A qualidade de vida sexual está muito relacionada a como o corpo reage em cada um dos estágios do sexo. Conhecer cada uma das fases do ciclo de resposta, aliás, ajuda a descobrir prováveis disfunções e dificuldades sexuais.

Como é Modelo Circular da Resposta Sexual Feminina?

Em 2002, a psiquiatra canadense Rosemarie Basson descreveu o  chamado Modelo Circular da Resposta Sexual Feminina, pensado especificamente nos relacionamentos de longo prazo. Nesse caso, a mulher iniciaria a relação a partir da neutralidade sexual, ou seja, ao ser estimulada pelo parceiro, ela atingiria graus crescentes de excitação motivada por razões não sexuais — intimidade, vínculo afetivo, amor.
Essa ligação faria com que a excitação feminina chegasse antes do desejo — que se desenvolveria depois, por ser uma consequência (e não uma causa) do ato sexual. O Modelo Circular valoriza a resposta e a receptividade femininas, já que enxerga o desejo de intimidade como o desencadeador do ciclo de resposta sexual, e não um impulso biológico.

Quais são as disfunções sexuais femininas?




Depois de conhecer os estágios do sexo, é mais fácil entender onde os problemas podem atacar. Eles são classificados em 4 tipos de disfunções:
  • de desejo: desejo sexual hipoativo (desaparecimento da libido), hiperativo (pensamentos, impulsos ou comportamentos sexuais obsessivos) e transtorno da aversão sexual (distúrbio psicológico em que o indivíduo tem aversão ao contato sexual);
  • de excitação: alterações relacionadas à excitação e à lubrificação, antes chamadas de frigidez;
  • de orgasmo: anorgasmia (dificuldade em atingir o orgasmo);
  • relacionadas à dor: dispareunia (dor vaginal que pode ocorrer antes, durante ou depois o sexo) e vaginismo (dor durante a penetração causada por espasmos involuntários dos músculos da vagina).
Elas também podem variar conforme outros aspectos: 
  • primárias: ocorrem desde o início da vida sexual;
  • secundárias: surgem após um período de funcionamento sexual normal;
  • transitórias: ocorrem por um tempo, depois somem;
  • permanentes: permanecem por toda a vida sexual;
  • situacionais: aparecem apenas em determinadas situações;
  • gerais: podem ocorrer em qualquer situação.
Antes, era muito comum pensar que as disfunções femininas nos estágios do sexo eram provocadas apenas pelo lado psicológico. No entanto, percebeu-se que, sim, muitos desses problemas podem ter causas biológicas, como a dispareunia e o vaginismo. Existem também disfunções relacionadas a uma condição médica, como a diminuição de desejo devido à diabetes, e a disfunção sexual induzida por substâncias, como a queda do desejo pelo uso de Diazepam.
Resumindo, as disfunções femininas relacionadas aos estágios do sexo podem ter causas psicológicas, biológicas ou físicas. Veja:
  1. mudanças corporais e/ou orgânicas relacionadas à menopausa;
  2. danos neurológicos causados por cirurgia ou trauma;
  3. sentimento de culpa e vergonha em relação ao sexo;
  4. dificuldades na comunicação com o parceiro;
  5. medo de contrair infecções ou de engravidar;
  6. doenças infecciosas do trato genital;
  7. falta de estimulação adequada;
  8. histórico de abuso sexual;
  9. ansiedade e depressão;
  10. falta de lubrificação;
  11. medo de sentir dor;
  12. drogas.
Lembre-se de que um transtorno só é assim considerado quando traz sofrimento. Muitas mulheres podem não se sentir incomodadas com a falta de desejo, excitação sou orgasmo. Isso porque a sexualidade deve ser pensada no contexto em que ela ou o casal estão inseridos. Costumes sociais, cultura e religião determinam influenciam bastante na realização sexual de cada indivíduo.
Outro aspecto é que dificilmente um problema ocorre sozinho. Por exemplo: uma mulher que sofre de dispareunia também pode ter distúrbios de desejo e excitação, já que relaciona o sexo à dor. Por isso, se você sofre com algum problema que a impede de ter uma rotina sexual feliz, procure a ajuda de uma ginecologista, de uma sexóloga e de uma psicóloga, certo?

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